Revolução urbana: transformando São Paulo com a OUCBT
- Luciana Martins
- 7 de mar. de 2024
- 2 min de leitura

A cidade de São Paulo é marcada por sua constante evolução, refletida em suas paisagens e na dinâmica de seus territórios. Em breve, teremos mais uma transformação, por intermédio da Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí (OUCBT), que será um marco na história do desenvolvimento urbano da metrópole paulistana. Instituída pela Lei 18.079, datada de 11 de janeiro de 2024, essa operação que ainda está em fase inicial, carrega consigo o compromisso de revitalizar não apenas um rio, mas também os bairros que se estendem ao longo de suas margens, nas zonas sul e leste da cidade.
Abrangendo uma área de aproximadamente 16 milhões de metros quadrados, a operação engloba partes significativas das zonas leste e sul de São Paulo, contemplando bairros emblemáticos como Cambuci, Mooca, Ipiranga, Vila Carioca e Vila Prudente. Com uma população atual de cerca de 139 mil habitantes, o plano ambiciona elevar esse número para até 260 mil moradores, representando um salto qualitativo e quantitativo no tecido social dessas localidades.
No entanto, essas áreas enfrentam desafios diversos, desde um desequilíbrio entre oportunidades de trabalho e moradias até problemas estruturais. Apesar de ser conhecida por sua grande oferta de mobilidade, ainda existem barreiras físicas na região que dificultam a transposição das pessoas, além de alagamentos e ilhas de calor. Para enfrentar esses desafios, a Operação Urbana propõe uma série de medidas abrangentes, visando o desenvolvimento econômico, estrutural e social desses bairros.
Um dos pilares fundamentais desse projeto é a diversificação do perfil econômico dessas regiões, originalmente voltadas para atividades industriais. Além disso, o plano prioriza a produção de moradia popular, buscando incentivar o adensamento populacional de forma inclusiva e sustentável. Nesse contexto, o conceito de Cidade Compacta emerge como uma abordagem estratégica para equilibrar oferta de empregos e moradias, reduzindo deslocamentos e promovendo uma maior integração social.
Com base nesses princípios, a OUCBT estabelece diretrizes específicas para o uso do solo e um amplo programa de intervenções, abrangendo desde a requalificação das orlas fluviais até a criação de parques e equipamentos públicos. Além disso, o plano incorpora estratégias ambientais essenciais, como ampliação da arborização metropolitana e melhorias no sistema de drenagem, visando mitigar os impactos das mudanças climáticas e promover a qualidade de vida da população.
Assim como as demais operações urbanas, o financiamento dessas intervenções será viabilizado por com recursos arrecadados em leilão de Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPACs). A expectativa é arrecadar mais de R$ 1,15 bilhão ao longo dos 20 anos de vigência da Operação, com uma parcela significativa destinada à provisão de Habitação de Interesse Social (HIS) e melhorias na infraestrutura e patrimônio histórico.
Por fim, a implementação efetiva da OUCBT demanda uma gestão integrada e participativa, envolvendo diversos órgãos públicos e a sociedade civil. A criação de um Grupo de Gestão, coordenado pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) representa um passo importante nesse sentido, assegurando uma condução transparente e democrática do processo.
Em suma, a Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí representa um marco na trajetória de desenvolvimento de São Paulo, promovendo uma verdadeira revolução em uma das áreas mais emblemáticas da cidade. Ao aliar desenvolvimento econômico, inclusão social e sustentabilidade ambiental, esse projeto se apresenta como um modelo inspirador para outras metrópoles enfrentarem os desafios do século XXI.
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